CÃO RAFEIRO DE STEPHEN MICHAEL KING

Com a casa fresquinha e os papeis já arrumados dentro da gaveta, chegou a hora do prazer: vamos falar de livros!
É impossível não se render a beleza deste álbum ilustrado -  Cão Rafeiro, do autor e ilustrador australiano,Stephen Michael King. 
Garanto ao leitor que sua leitura será rápida, porque este, é um daqueles livros que devoramos em segundos. Mas aviso, que a sensibilidade e a esperança que habitam em cada folha deste álbum, lhe acompanharão por muito tempo...
Era uma vez um cão, que ninguém queria, que não tinha nome - nome não é algo que alguém nos dá, porque nos reconhece?! - Vivia pelas ruas livre, mas sozinho, até que um dia alguém o adota. Quando isso acontece, a sua vida modifica-se, o cão abandonado passa a ter um nome, uma família, momentos de partilha e muito amor.
O livro emociona por vários motivos; as suas ilustrações simples, mostram uma cidade onde diferentes pessoas das habituais personagens dos livros infantis vivem: gente simples e humilde.Há  frio e abandono, mas há empatia e solidariedade .
Ao "ler as imagens",temos uma constante sensação de movimento. Sentimos o vento das ruas, o frio da noite na longa fila de espera dos sem abrigo, à procura de uma refeição quente, o cheiro do primeiro banho e o calor de estar com uma lareira por perto.
Em alguns momentos nos identificamos com este cão, afinal quem nunca se sentiu sozinho a viver na imensidão de uma grande cidade?
Mas como não existe remédio mais eficaz que a bondade, a bondade da senhora que trabalha na casa dos sem abrigo, resgata o cão do abandono e lhe dá aquilo que todos nós sonhamos: uma família afectuosa que nos ama, cuida e dá significado a nossa vivência. Uma familia com irmãos e bichos; uma familia que brinca; uma família que dramatiza;conta histórias e aconchega-se.
Um belo livro que fala da adoção, esperança, solidariedade, animais e afectos. Indispensável nas prateleiras dos mais sensíveis.

Cão Rafeiro
Autor e ilustrador, Stephen Michael King
Editora Caminho
Colecção Jardim das Borboletras

Comentários

  1. Se falam de outros lugares, seguimo-los, seguem-se uns aos outros, seguem-nos numa sequência aleatória, seguir-se-ão: a circunstância e a curiosidade e o silêncio - cujo significado desconheceremos sempre -, e a indiferença, essa prometida ideologia totalitária do futuro, e nem sei se deva ocupar este lugar, usurpando-o à perfeição do espaço em branco...

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