UM SONHO DE ESCOLA

Era uma vez uma escola de sonho. Nela, não há sinos ou sinetas irritantes, no pátio ouve-se música clássica e silêncio.
Não há mulheres assustadoras a controlar a entrada, nem seguranças a controlar a saída.
Normalmente no outono, os alunos sentam-se calmamente no banco do jardim, e deliciam-se com a sinfonia do desfolhar das árvores. Ninguém tem pressa, ninguém corre de um lado a outro.O tempo flue como tarde descansada, como dia de férias, como colo de mãe.
Tudo é feito a medida do homem e da criança. Ansiedade, só em dia de visita de estudo -porque o novo é sempre um espanto- e em dia de pintura. Sim, porque antes do desenho estar pronto, a alma inquieta-se e desassossega para lhe dar vida.
As escadas estão repletas de desenhos feitos por crianças que apesar de serem actualmente adultas , não deixam de visita-la, porque sentem saudades. Não aquela saudade de quem não conheceu a presença, e sim, aquela saudade de quem traz a lembrança dentro de si como um dia de festa.
Nesta escola não há gritos. O maior não grita com o menor, o menor não grita para chamar atenção.
Os professores quando falam, falam com os olhos, com os gestos, com o corpo, com as mãos e principalmente com o olhar. O olhar atento de quem ama, e sabe que não há nada mais importante para o crescimento do que ser olhado como único, como pessoa especial.
Nesta escola, não há festas,aqui, há muito tempo há espaços de partilha, e o prémio mais importante, não é para quem tirou as melhores notas, e sim, para que é o melhor amigo.
Uma escola assim, não é um sonho romântico é uma realidade que deve ser construída à várias mãos.

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